Floresta Amazônica ameaçada de todos os lados

Amazônia 9 países

Há desmatamento em todos os nove países amazônicos. O diagnóstico geral é de que é preciso um modelo de desenvolvimento econômico valorizando a floresta e respeitando os Povos Originários. Em comum, governos com planos de desenvolvimento que vão no sentido contrário. “Não podemos vilanizar as atividades econômicas na floresta. Se tivermos clareza do que queremos fazer com essa região, podemos buscar empreendimentos que façam sentido ali, com a melhor tecnologia possível, que gerem cadeias produtivas envolvendo a população e ajudando na conservação”, disse Natalia Hernández, da Fundação Gaia Amazonas e da Raisg, à BBC News Brasil. Antônio Nobre, climatólogo do INPE, relembra porque a floresta é crucial para o regime de chuvas de boa parte da América do Sul. “As pessoas não fazem ideia do que significaria perder esse magnífico sistema hidrológico (…) Essa espécie de quadrilátero formado entre o centro-sul do Brasil e a bacia do Rio da Prata seria desértica se não fosse a Amazônia.” A matéria da BBC dá um panorama dos principais vetores de desmatamento em cada país amazônico.

Bolívia: “O governo do então presidente Evo Morales autorizou, por decreto, o corte de árvores e as queimadas para atividades agrícolas na região amazônica.”

Colômbia: “Há uma corrida pela grilagem de terras amazônicas que envolve grandes empresários, políticos, narcotraficantes e outros grupos paramilitares”.

Equador: “A expansão das fronteiras dos cultivos de dendê e de cacau nos últimos 10 anos é apontada como o principal motor do desmatamento pela Global Forest Watch e pelo Projeto de Monitoramento da Amazônia Andina”. Lembrando que o óleo de dendê, ou óleo de palma, é o principal vetor de desmatamento na Indonésia e na Malásia.

Guiana Francesa: o país “tem o maior percentual da floresta em zonas protegidas por lei — mais de 50% — e o menor índice de desmatamento. No entanto, representantes de povos nativos e ambientalistas têm expressado preocupação com o avanço da mineração legal e ilegal sobre a área preservada.”

Guiana: 95% do seu território é de floresta e “a derrubada legal de madeira é considerada um fator que facilita o desmatamento de maneira mais abrangente. Segundo ambientalistas, concessões feitas a grandes madeireiras internacionais também contribuem para o garimpo ilegal, já que as empresas abrem estradas que dão acesso a áreas mais remotas da floresta.”

Suriname: “desde 2012, o país registra uma tendência de aumento da perda de cobertura florestal, estimulada principalmente pela mineração de ouro.”

Peru: o desmatamento é uma combinação da abertura de terras para as plantações de dendê e do garimpo ilegal de ouro. Ashoka Mukpo, do Mongabay, conta a história dos garimpos e fala da devastação que estes estão provocando. “O garimpo é, em sua maioria, artesanal, o que significa que está no limite inferior do espectro tecnológico”.

Venezuela: “Com a queda drástica do preço e da produção de petróleo venezuelano a partir de 2014, o governo de Nicolás Maduro voltou suas atenções para os estados mais ricos em minerais.” Isso fez explodir o garimpo mais agressivo ao meio ambiente: “‘As pessoas destroem a floresta que está em cima, cavam até onde podem e deixam um areal pobre onde nada cresce. O desmatamento ali é irreversível.”

Sobre o Brasil, veja a nota seguinte.

 

ClimaInfo, 19 de fevereiro de 2020.

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