As mudanças climáticas aumentaram o risco de ocorrência de incêndios florestais na Austrália em pelo menos 30%

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O aquecimento global – e as consequentes mudanças climáticas – aumentaram o risco de ocorrência do clima quente e seco na Austrália, o que ajudou a impulsionar os recentes incêndios florestais ocorridos no país em pelo menos 30%, relata a BBC News a partir de estudo amplamente coberto pela mídia internacional sobre a contribuição das mudanças climáticas para os devastadores eventos do verão no país.

O Guardian diz que em um mundo 2oC mais quente, as condições quentes e secas que ajudaram a ocorrência dos incêndios “seriam oito vezes mais prováveis”.

O New York Times diz que os resultados “confirmam (…) o que era amplamente esperado”. E acrescenta: “Os pesquisadores disseram que a influência total da mudança climática nos incêndios foi provavelmente muito maior [do que um aumento de 30% no risco], mas que as simulações climáticas, que formam a base deste tipo de estudo, subestimam as tendências de calor extremo na Austrália em comparação com os dados de observação do mundo real.”

Sobre o aumento de risco de 30%, diz a Nature News, “os investigadores dizem que o resultado é conservador, e que as condições meteorológicas que tornam os incêndios mais prováveis vão continuar a piorar.” A revista acrescenta: “Numa segunda análise que utilizou observações do mundo real ao invés de modelos, o projeto WWA [World Weather Attribution] analisou as mudanças no risco de incêndio observado desde 1979 e descobriu que a probabilidade do risco extremo de incêndio experimentado em 2019-20 aumentou quatro vezes – e possivelmente mais de nove vezes – entre 1900 e hoje”.

Diz o Prof. Friederike Otto, um dos autores da WWA: “Reconhecemos que os modelos lutam para simular extremos de temperatura ou secas em escala regional e local, mas os resultados são conservadores em comparação com aqueles baseados em observações”. Ele acrescentou: “Se esperarmos até termos modelos perfeitos, teremos um mundo 4oC [mais quente] ou mais até começarmos a dizer algo sobre os impactos do mundo real das mudanças climáticas de hoje.”

A CNN informa que o estudo do WWA “descobriu que as ondas de calor são a principal força por trás do risco crescente de incêndios, e que as ondas de calor na Austrália são agora cerca de 1oC a 2oC mais quentes e cerca de 10 vezes mais prováveis do que eram em 1900”.

A Scientific American relata as descobertas sob a manchete: “Sim, as mudanças climáticas influenciaram os incêndios florestais sem precedentes na Austrália.”

O estudo pode ser baixado deste link.

Os resultados do estudo de atribuição também foram cobertos, em português, pelo EcoDebate, e, em inglês por Bloomberg, Nature, Sydney Morning Herald, CBS News, Axios, InsideClimate News e New Scientist.

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