O clima e a crise do petróleo

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O coronavírus atingiu fortemente a economia chinesa, o que fez cair a demanda por petróleo. Por outro lado, em uma reunião de países produtores na semana passada, a Rússia saiu pisando duro e anunciando que aumentaria sua produção. E, neste fim de semana, a Arábia Saudita dobrou a aposta, abaixando o preço e também aumentando sua produção. O resultado foi a queda do preço do barril de quase US$ 55, há duas semanas, para menos de US$ 30 ontem, a maior queda desde a Guerra do Golfo no início dos anos 90.

A Goldman Sachs avisou que o preço pode cair mais nos próximos dias. E a Bloomberg falou da ameaça às economias de países produtores como a Venezuela e o Irã.

Do ponto de vista do clima, o lado bom é que:

  1. De cara, brigas entre petroleiros sempre prejudicam todo o setor.
  2. Se a queda do preço do barril durar, governos poderão reduzir ou eliminar os subsídios aos fósseis sem prejudicar a economia.
  3. O óleo e o gás de folhelho dos EUA e do Canadá deixam de ser viáveis com o barril abaixo de US$ 35. Do seu lado, o pré-sal fica ameaçado se o preço cair mais um pouco.
  4. A crise mostra a instabilidade e os riscos do mercado de fósseis e sinaliza, para governos e empresas, que a transição para uma matriz limpa faz sentido econômico a curto e longo prazos.

O lado ruim é que um preço menor do barril de petróleo estimula o consumo de gasolina e diesel, favorece os veículos mais beberrões e prejudica a venda de veículos elétricos.

A aviação é beneficiada pelo preço menor do combustível, mas levará um tombo por conta do vírus.

As notícias da queda o preço de petróleo e as reações do mercado estavam na primeira pagina dos Valor, UOL, Folha, CBN, Estadão, Bloomberg, The Guardian, Financial Times, Reuters e do New York Times, dentre outros. O impacto sobre as ações da Petrobras saíram no Valor e no UOL.

 

ClimaInfo, 10 de março de 2020.

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