O Brasil, o presidente e o coronavírus

Bolsonaro coronavírus

A contagem oficial do Ministério da Saúde contava às 15h50 de ontem um total de 234 casos confirmados, um aumento de 17% sobre o dia anterior. Dentre os casos, está o de um médico de 65 anos do Rio em estado muito grave.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, avisado de 2 casos de coronavírus na casa, cancelou sessões de hoje em todo o Congresso e está avaliando a possibilidade de virtualizar os trabalho, inclusive as votações. Segundo a Folha, para que isto aconteça, será preciso uma legislação especial.

A Bolsa de São Paulo começou parando quando o circuit-breaker foi acionado logo no início das operações. No final do dia, o Ibovespa tinha caído mais 14%. O índice começou o ano em 118.500 e, ontem, fechou a pouco mais de 71.000 – uma queda de 40%.

A viagem a Miami no avião presidencial continua fazendo vítimas do coronavírus. Ontem, o teste do presidente da Confederação Nacional da Indústria, Robson Andrade, deu positivo. Agora já são 12 contaminados. Apesar do estrago, o Painel da Folha, informa que “o Palácio do Planalto avisou funcionários que só vai liberar do trabalho aqueles que apresentarem atestado médico. Pessoas com sintomas, mas que não viajaram ou não tiveram contato com doentes, não poderão se ausentar”.

O The Guardian comentou a atitude irresponsável de Bolsonaro no domingo em conjunto com a do líder mexicano Andrés Manuel López Obrador. Ambos – nacionalistas, mas pertencentes a extremos opostos do espectro político – enfureceram adversários e observadores e grande parte dos cidadãos brasileiros e mexicanos, ao fazerem aparições públicas nas quais entraram em contato físico próximo com os cidadãos. E ambos o fizeram em desafio a conselhos médicos e apesar do crescente alarme sobre a propagação do vírus pela América Latina, onde pelo menos 17 países confirmaram casos.

Entre outras reações à atitude irresponsável de Bolsonaro, os presidentes da Câmara e do Senado se se juntaram ao STF contra a atitude de Bolsonaro, Janaína Paschoal, ela mesma, discursou apelando “às autoridades” que se reúnam e consigam a renúncia de Bolsonaro; Miguel Reale, o redator do pedido de impeachment de Dilma, disse que a sanidade mental de Bolsonaro deve ser testada por uma junta médica; e Alexandre Frota, o deputado ex-ator pornô, anunciou que protocolará o pedido de impeachment de Bolsonaro.

Em tempo: Bolsonaro foi o único presidente sul americano a não participar de reunião virtual dos líderes do subcontinente.

 

ClimaInfo, 17 de março de 2020.

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