Empregos e economia verde são resposta para a ameaça de recessão

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Michael Bloomberg, o bilionário e ex-candidato a candidato à presidência dos EUA, escreveu sobre a crise econômica provocada pelo coronavírus e pela queda do preço do petróleo dizendo algo que deveria estar na cabeça do nossos governantes: “Em todo o país, pequenas e grandes empresas estão fechando suas portas e usando suas linhas de crédito para pagar suas contas. Ajudá-las agora é absolutamente urgente.”

Mas esse é só o começo. Passado o pico da contaminação, a economia não voltará a andar – consumidores comprando, empresas empregando e investidores saindo da zona de segurança – enquanto o sistema não voltar a confiar no crescimento. O caminho, diz, é um programa de infraestrutura, “uma chance de construir a economia de energia limpa que nosso país precisa – e de criar os empregos necessários para isso. O programa deve incluir novos investimentos importantes em energias eólica e solar, uma rede nacional de transmissão, eficiência energética para edifícios e a indústria de fabricação de veículos elétricos, que beneficiará as montadoras americanas. Esses investimentos criarão milhões de novos empregos, inclusive para muitos americanos que perdem trabalho nas indústrias de petróleo, gás e carvão.”

Kate Aronoff, do The New Republic, faz um diagnóstico parecido, mas entra em muito mais detalhe de que tipo de emprego poderia ser criado, quando e por quem. Ela sugere que o governo lidere na contratação de gente para ajudar a gerir a crise da pandemia e, na sequência, olhar para as oportunidades nas comunidades mais afetadas pelas crises da pandemia e da possível recessão. Vale checar o quanto é aplicável por aqui.

Em tempo: Dan Gearino, do Inside Climate News, tem uma visão de mais curto prazo e mais pessimista. Ele fala da revisão das previsões globais da BloombergNEF (New Energy Finance) para 2020 que baixaram a demanda estimada por painéis fotovoltaicos para algo entre 108 e 143 GW. A previsão pré-coronavírus ficava na faixa de 121 a 152 GW; a revisão baixou em 8% o ponto médio das faixas. Se ficar no limite inferior, será a primeira vez em que o mercado se expandirá menos do que no ano anterior. Jenny Chase, da BloombergNEF, acha, no entanto, que até meados do ano que vem, as coisas voltam ao ritmo anterior.

 

ClimaInfo, 20 de março de 2020.

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