Trilhões de dólares para o enfrentamento da crise global

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As diferenças entre economistas liberais, desenvolvimentistas e outras denominações foram colocadas em isolamento e quarentena. Governos de todo tipo estão abrindo os cofres para manter as populações e as economias em pé. E emerge uma discussão importante sobre a aplicação destes recursos, se serão aplicados na direção de um mundo mais sustentável e amigo do clima, ou se na direção oposta, reacendendo o falso dilema entre crescimento e sustentabilidade.

Ahren Lester, no Environmental Finance, lembra que a última vez que houve tamanha movimentação dos governos foi quando da crise de 2008. Na época, houve pressões para que os investimentos fossem direcionados à transição para uma economia de baixo carbono e de alta resiliência. Lester diz que, na época, as fontes renováveis ainda eram muito caras e o mundo financeiro não enfrentava a pressão que hoje sofre. Ele diz que, desta vez, não há motivos para que as economias não sejam direcionadas para um mundo mais sustentável.

Laura Millan Lombrana escreveu na Bloomberg que o investimento “em parques solares, infraestrutura de veículos elétricos e internet de alta velocidade criaria um novo caminho a seguir.” Ela conversou com Helen Mountford, do WRI: “Este é um momento em que podemos implementar medidas para ajudar a impulsionar a economia, criar empregos e construir resiliência climática”.

Para se ter uma ideia dos trilhões em jogo, o Valor publicou um quadro dos países mais atingidos pelo vírus junto com Brasil e Argentina. No quadro, além das últimas estatísticas da doença, as medidas econômicas e as restritivas impostas até agora. Os EUA, por exemplo, colocarão quase US$ 1 trilhão entre o mercado financeiro e a população. Para ajudar as empresas, a Alemanha alocou US$ 550 bilhões, a França mais de US$ 350 bilhões, Reino Unido mais US$ 400 bilhões.

 

ClimaInfo, 19 de março de 2020.

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