Anglo American de olho em Terras Indígenas

Anglo American

Dados obtidos pela Mongabay e reproduzidos pelo site Amazonia.org.br mostram que a mineradora inglesa Anglo American continua protocolando pedidos de pesquisa de minérios em Terras Indígenas. Cinco requerimentos feitos em 2017 e 2019 para pesquisa para minério de cobre incidem sobre a Terra Indígena Sawré Muybu, onde vive o povo Munduruku, no Pará.

A Anglo utiliza também duas subsidiárias brasileiras, as mineradoras Itamaracá e Tanagra, dificultando que os requerimentos registrados na Agência Nacional de Mineração (ANM) sejam relacionados diretamente à multinacional. Somadas, as três empresas têm 296 pedidos de pesquisa e disponibilidade em Terras Indígenas (TIs) que vão de Roraima, Amapá e Rondônia até o Pará, estado que é o principal alvo da multinacional.

As terras visadas incluem algumas com a presença de Povos Indígenas Isolados, como é o caso da Yanomami, em Roraima, e das Kayapó e Tucumaque, no Pará. Embora a quase totalidade dos requerimentos sejam da década de 1990, a recente movimentação mostra que a Anglo American continua prospectando minérios em Terras Indígenas na Amazônia.

A TI Sawré Muybu, localizada às margens do Rio Tapajós e próxima da cidade de Itaituba, está com a demarcação paralisada desde 2016, como outras centenas de Terras Indígenas no Brasil, que estão com o processo de reconhecimento parado em função de pressões políticas e do agronegócio. Além do garimpo, da exploração ilegal de madeira e do interesse de multinacionais como a Anglo American, a TI ainda enfrenta a ameaça de construção da hidrelétrica São Luiz do Tapajós, atualmente paralisada, que alagaria parte da Terra Indígena.

 

ClimaInfo, 24 de março de 2020.

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