Dia da Terra: Uma visão pessimista e uma otimista da mudança climática

27 de março de 2020

Em preparação ao Dia da Terra que acontece no mês, a NatGeo publicou dois artigos sobre o futuro do clima: um pessimista e um otimista.

Elizabeth Kolbert escreveu o artigo pessimista, explicando porque pensa que não evitaremos a catástrofe climática. Elizabeth dá os habituais exemplos de que o clima mudou – menos gelo no Ártico, marés mais altas, incêndios devastadores cada vez mais frequentes – para dizer que tudo isto acontece apesar de boa parte do mundo saber o que é o aquecimento global há décadas.

Ela foi buscar números do ano em que foi celebrado o primeiro Dia da Terra: “Em 1970, o planeta abrigava 3,7 bilhões de pessoas. Havia cerca de 200 milhões de carros e caminhões na estrada; o consumo de petróleo era de cerca de 45 milhões de barris por dia. Naquele ano, as pessoas criaram coletivamente cerca de 36 milhões de toneladas de carne suína e 14 milhões de toneladas de aves, e colheram cerca de 65 milhões de toneladas de alimentos do mar.

Hoje, existem quase oito bilhões de pessoas e cerca de 1,5 bilhões de veículos no planeta. O consumo global de petróleo mais do que duplicou, assim como o consumo de energia. O consumo de carne suína per capita quase dobrou, o consumo de aves quase quadruplicou. A pesca global de peixes aumentou em cerca de 50%, mesmo porque a pesca excessiva tornou peixes mais difíceis de serem encontrados.”

Tudo isso leva à espécie humana viver da destruição das outras espécies no planeta. Ou, nas palavras de Josef Settele, do Centro Helmholtz de Pesquisas Ambientais, “a teia essencial e interligada da vida na Terra está ficando cada vez menor e mais esgarçada”. Kolbert termina o artigo dizendo que é até possível que inovações tecnológicas construam um novo mundo, um mundo cheio de drones e robôs de todos tamanhos e alimentos geneticamente modificados. Um onde a tal “teia interligada da vida” deixe de ser essencial para a humanidade. Ela prefere não fazer parte dele.

Emma Marris escreve a visão otimista. Para ela, acharemos as soluções, muito embora o mundo em 2070 deva ser um lugar bem diferente do que é hoje. Ela elenca exemplos de mudanças rápidas para dizer que transformações radicais são possíveis: em 15 anos, o transporte movido a cavalo deu lugar ao motor de combustão interna; em poucas décadas saímos de um mundo que não conhecia plásticos para um onde estes são quase indispensáveis.

Emma acredita que as fontes renováveis sobrepujarão as fósseis e sugere que as dietas abandonem a proteína animal de uma vez por todas. O empoderamento das mulheres por meio da educação é o melhor caminho para reduzir a bomba demográfica e limitar a demanda por alimento e energia.

Ao final, Emma escreve: “A verdadeira justiça climática tornaria a Terra mais resiliente ao mesmo tempo em que ajudaria a humanidade a curar-se de traumas e dores históricas. De certa forma, a mudança climática é uma oportunidade para crescermos enquanto espécie.”

 

ClimaInfo, 27 de março de 2020.

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