Em três municípios matogrossenses da bacia do Rio Xingu, praticamente tudo que foi desmatado não tinha autorização. O pessoal do ISA comparou dados oficiais de autorizações de desmate com o sistema de monitoramento da Rede Xingu+. Na bacia como um todo, o desmatamento aumentou quase 50% nos dois primeiros meses do ano, de forma semelhante à apontada pelo DETER/INPE. O ISA diz que as áreas de garimpo também aumentaram possivelmente estimuladas pelo projeto de lei de Bolsonaro que abre Terras Indígenas para a mineração.
Márcio Santilli, do ISA, analisou no Mídia Ninja o aumento incessante do desmatamento nos últimos 12 meses. Ele entende que nem o coronavírus, nem a recessão, farão o desmatamento perder o fôlego. “Parece que o impacto da crise é bem menor sobre as quadrilhas que destroem as florestas do que sobre outras atividades econômicas. A insistente incitação ao desmatamento que o presidente e outros agentes políticos vêm fazendo, desde o ano passado, embalou de tal modo grileiros, garimpeiros, madeireiros ilegais e outros predadores que nem mesmo a epidemia e a depressão econômica dela decorrente foram suficientes para estancar a gincana da devastação. E a redução das operações de fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), claro, reforça o sinal positivo para a impunidade.”
ClimaInfo, 14 de abril de 2020.
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