Sociedade civil sugere ações para minimizar impactos da pandemia

pandemia e pobreza

Uma das maiores preocupações geradas pela pandemia da COVID-19 em todo o mundo é quanto ao impacto da crise sanitária e econômica sobre as comunidades e países mais pobres. Algumas organizações da sociedade civil estão sugerindo caminhos para que os governos possam fazer o enfrentamento da pandemia e garantir o bem estar e a inclusão social.

A Oxfam divulgou na semana passada o relatório Dignidade, não Indigência mostrando que meio bilhão de pessoas podem ser empurradas para a pobreza com a crise provocada pela pandemia. Caso nada seja feito para evitar esses danos, poderemos retroceder até 30 anos de trabalho na luta contra a pobreza. O organização propõe a adoção imediata de um Plano de Resgate Econômico para Todos, sustentado em seis medidas principais: ajuda em dinheiro para todos que precisam; resgate financeiro responsável para empresas; suspensão e cancelamento de dívidas; emissão de direitos especiais de saque pelos países no FMI; intensificação imediata dos mecanismos de ajuda social; e adoção de impostos emergenciais de solidariedade sobre os mais ricos e empresas e atividades que gerem impacto negativo sobre o meio ambiente.

A preocupação com os efeitos da crise sobre os mais vulneráveis também levou uma coalizão global de organizações a exigir dos governos nacionais a elaboração de planos abrangentes que garantam que as pessoas e o meio ambiente sejam protegidos e que abram caminhos para uma recuperação justa da economia, ao mesmo tempo em que deem prioridade máxima à necessidade de salvar vidas. Estas demandas são subscritas por organizações indígenas, sindicatos, feministas, ONGs ambientais e climáticas, grupos de jovens, religiosos e ativistas locais de todo o mundo.

A proposta dessa coalizão, puxada pela 350.org, também se assenta em alguns princípios: que a saúde de todos seja prioridade máxima; que ações de alívio econômico ajudem diretamente as pessoas; que a assistência vá para os trabalhadores e comunidades, e não para os executivos; que o estímulo econômico crie resiliência para futuras crises, especialmente a climática; e que a resposta fortaleça a solidariedade e a comunidade, e não o autoritarismo.

 

ClimaInfo, 16 de abril de 2020.

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