Assassinado mais um indígena

Ari Uru-eu-wau-wau

Ari Uru-eu-wau-wau foi assassinado neste final de semana perto da Terra Indígena do seu povo, nas proximidades de Jarú, RO. O Instituto Médico Legal de Ariquemes constatou que ele sofreu golpes de um objeto contundente.

Segundo O Globo, a Associação de Defesa Etnoambiental (Kanindé) informou que Ari trabalhava “no grupo de vigilância do Povo Indígena Uru-eu-wau-wau. A função do grupo consiste, principalmente, em registrar e denunciar extrações ilegais de madeira dentro da aldeia.”

Jurema Werneck, da Anistia Internacional, declarou que “é obrigação do Estado Brasileiro e de seus representantes proteger os Povos Indígenas do Brasil. Mas o que temos visto é uma série de desmontes e violências. Entre os direitos intensamente violados desde 2019 estão o direito à vida, à segurança, à terra e ao território. Cobramos imediatamente das autoridades que medidas concretas sejam adotadas”. E continuou: “Bolsonaro e Sergio Moro devem garantir todas as condições necessárias para que a Funai e a Polícia Federal atuem pela proteção desses brasileiros e brasileiras.”

Ernesto Londoño e Letícia Casado, no New York Times, por coincidência, escrevem sobre os Uru-eu-wau-wau em uma matéria listando falas e ações de Bolsonaro contra os Povos Indígenas. Os autores terminam advertindo que “o presidente do Brasil está cumprindo suas promessas de expansão do desenvolvimento na Amazônia. E para muitos dos Povos Indígenas que lá vivem, a era Bolsonaro está representando uma ameaça existencial (…) Para comunidades com populações pequenas, como os Uru-eu-wau-wau, a postura do governo pode significar seu total desaparecimento como etnia distinta.”

 

ClimaInfo, 20 de abril de 2020.

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