COVID-19 ameaça indígenas e quilombolas

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“Se um vírus desse entra na comunidade, é o extermínio de um povo”. Felipe Resk e Daniel Fernandes assinam uma reportagem especial no Estadão sobre como os Povos Indígenas estão lidando e se protegendo do coronavírus. A frase é de Sonia Ara Mirim, líder Guarani da Terra Indígena Jaraguá, em São Paulo.

Para se proteger, várias aldeias se fecharam e proíbem a entrada de não índios. Mas a necessidade de ir às cidades e vilas para receber ajuda e comprar mantimentos passa a ser uma das vias de acesso da doença. A outra via são as invasões de garimpeiros e posseiros e a presença, oficialmente proibida, de missionários, todos potenciais portadores do vírus.

A matéria fala do mapeamento de zonas de risco feito pelo Instituto Socioambiental (ISA): “Baseado no cruzamento de dados epidemiológicos com indicadores sociais, estruturas de saúde disponíveis e mobilidade nos territórios, o Instituto Socioambiental desenvolveu um índice para medir o grau de exposição de tribos ao coronavírus. Nas dez primeiras posições de maior risco, cinco Terras Indígenas ficam na região Norte, quatro em São Paulo, estado com maior número de casos gerais no país, e uma no Rio Grande do Sul.”

A matéria merece ser lida.

O pessoal do Uma Gota no Oceano escreveu sobre a situação dos quilombolas: “Existem quilombos em todas as regiões do país. Os ainda não titulados enfrentam dificuldades para ter acesso a serviços básicos, como transporte, educação e saúde. A infraestrutura médica é precária. Tanto nos EUA quanto aqui, a maior parte dos mortos pela COVID-19 são pessoas negras. Por saberem de todos esses riscos, os quilombolas têm agido com mais responsabilidade do que a maioria da população. Segundo o monitoramento da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ), até o dia 21 havia apenas sete casos confirmados e duas mortes (uma no Amapá e outra em Pernambuco). Os quilombolas querem e estão se esforçando para respeitar a quarentena. Vamos deixá-los ficar em casa?”

 

ClimaInfo, 23 de abril de 2020.

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