Desmatamento aumenta probabilidade de viroses atingirem os seres humanos

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Ultimamente muitos olhos buscam a origem de pandemias nas cavernas do entorno do mercado de Wuhan, na floresta tropical do Congo e até nos desertos árabes povoados por camelos, de onde veio a MERS. Neste contexto, não é de se estranhar que surja a pergunta sobre o potencial virótico da Floresta Amazônica para a geração de zoonoses.

Um trabalho recém publicado nos Anais da Academia Brasileira de Ciências (ABC) analisou a relação entre o desmatamento da floresta e o aumento de doenças infecciosas. Paulo Artaxo, na sua página no Facebook, comenta: “perda da biodiversidade e desmatamento fazem o ecossistema sair de seu equilíbrio. Com o contato próximo da população, estes agentes migram para nossa sociedade, com resultados às vezes desastrosos, como mostra o SARS-Covid-2. É só questão de tempo”.

Lucy Jordan e Emma Howard, no Unearthed, falam dos pesquisadores brasileiros que trabalham no desenvolvimento de um biobanco com tudo que é encontrado em morcegos, roedores e primatas da região. Alessandra Nava, da Fiocruz Amazônia, disse que “em uma floresta, você tem reservatórios naturais, você tem hospedeiros para vírus, para esses tipos de patógenos. Quando interrompemos isso, você pode ver o surgimento de novas doenças infecciosas”

O renomado biólogo Thomas Lovejoy, falando ao The Guardian comentou, na mesma direção, que “esta pandemia é consequência da nossa persistente e excessiva intrusão na natureza e do vasto comércio ilegal de animais selvagens e, em particular, dos mercados de animais selvagens, os mercados úmidos do sul da Ásia e os mercados de carne de animais selvagens da África (…) É bastante óbvio, era apenas uma questão de tempo até que algo como isto viesse a acontecer”.

 

ClimaInfo, 27 de abril de 2020.

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