A destruição de equipamentos do garimpo ilegal vem caindo há três anos, mas o tombo maior aconteceu no ano passado. Em 2015, as operações do Ibama destruíram 201 equipamentos pesados. Em 2017, o número caiu para 156, e depois para 131. No ano passado, primeiro ano do governo Bolsonaro, foram 72, metade da média dos cinco anos anteriores.
Felipe Werneck explica no The Intercept Brasil que “a lei autoriza a destruição de maquinário quando não é possível retirá-lo do local em que foi apreendido – o que é usual para equipamentos de grande porte flagrados no meio da floresta. Ainda assim, trata-se de uma exceção – segundo o Ibama, a medida é aplicada em menos de 2% do total de apreensões, e sempre em áreas como Unidades de Conservação e Terras Indígenas, onde desmatamento e garimpo são proibidos.”
As promessas de Bolsonaro, quanto a acabar com o cumprimento da lei, parecem estar funcionando. Werneck cita levantamento do Observatório do Clima que mostrou que o número de operações também caiu do ano passado para este. Nos primeiros 105 dias do ano passado, foram realizadas 511 operações; agora, pouco menos de 400, uma queda de 22%.
Um número menor de operações e de destruição de equipamentos do garimpo ilegal são indicadores gritantes de um muito provável aumento do desmatamento ao longo de 2020. E, como este desmatamento começou cedo, há mais lenha para queimar do que a consumida nos grandes incêndios do ano passado.
ClimaInfo, 28 de abril de 2020.
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