O que tem se falado sobre os investimentos verdes para alavancar economia pós-pandemia

sustentável

Diálogo de Petersberg: “A pandemia não só muda a forma como nos comunicamos, mas também o que falamos. A questão de como a comunidade internacional organiza o reinício da economia é crucial para a proteção do clima”, disse a Ministra do Meio Ambiente da Alemanha, Svenja Schulze. “Ao contrário do coronavírus, já conhecemos as vacinas contra a crise climática. Elas estão disponíveis, são acessíveis e tornam nossas vidas melhores. Portanto, os próximos pacotes de estímulo econômico devem ser projetados tendo em mente a proteção climática.” A ministra abriu assim, a edição deste ano do Diálogo Climático Petersberg que acontece nesta semana.

Agência Internacional de Energia: A IEA promoveu uma mesa redonda de nível ministerial sobre a Recuperação Econômica por meio de Investimentos em Energia Limpa. Fazer a economia voltar a andar após a pandemia colocando no centro as fontes renováveis e um aumento significativo da eficiência energética, foi destaque dado pelo ministro da Dinamarca, Dan Jørgensen, e pelo diretor executivo da IEA.

BID: Um artigo interessante de três consultores do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) dá maior peso para os benefícios para a da redução das emissões das quarentenas, tanto para limpar o ar quanto para frear o aquecimento global. Eles escrevem sobre o apoio que o Banco vem dando para a melhoria do transporte público e, um passo além, para sua eletrificação. Aumentar a utilização do transporte público retira carros de circulação, reduz congestionamentos e os tempos de deslocamento, aumenta a eficiência do sistema, o que, por si só, reduz as emissões. Eletrificar os sistemas seria o passo fundamental em direção às metas do Acordo de Paris.

Davos: No ano passado, o Fórum Econômico Global (WEF) publicou um relatório sobre a transição energética com dois cenários divergentes, um apontando para uma transição lenta e gradual e, outro, com uma mudança radical e brusca do sistema global de energia. Com o apoio do Carbon Tracker, eles indicam que a próxima edição avançará na discussão e em direção a fatores conhecidos e desconhecidos que precisarão ser levados em conta. A maior incerteza, dizem, é o impacto da pandemia. O que se sabe é que a transição é necessária, sabendo-se o que deve ser feito e os obstáculos a serem superados. Sabe-se, também, que a transição tem tudo para acontecer, por ser no final das contas a alternativa mais econômica. Já existe uma pressão forte para investir nas tecnologias já conhecidas e que estão cada vez mais baratas. Mas não se sabe como a transição em direção a uma economia de baixo carbono se dará nos diferentes países, e também não se sabe quando a demanda pelos combustíveis fósseis atingirá o pico, ou quando as emissões líquidas finalmente cairão a zero.

Setor privado alemão: Um artigo da Reuters conta que um grupo de grandes corporações alemãs pede ao governo que toda a ajuda econômica ao setor privado seja condicionada à ação climática. O grupo é formado pela ThyssenKrupp, Salzgitter, Bayer, Covestro, E.ON, HeidelbergCement, Puma, Allianz e a Deutsche Telekom, dentre outras. “Apelamos ao governo federal para que vincule firmemente as medidas de política econômica para superar tanto a crise climática quanto a crise do coronavírus”.

WWF: Vale a leitura da matéria do WWF afirmando que a ação climática é inegociável em 2020, com pandemia e tudo.

 

ClimaInfo, 28 de abril de 2020.

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