Um levantamento do site De Olho nos Ruralistas mostra que o coronavírus está se espalhando entre os Povos Indígenas: “Povos Kokama e Apurinã, com dois mortos cada por COVID-19, um Tikuna e um Baniwa morreram em Manaus; no Pará, um Borari e um Warao, venezuelano; em Boa Vista, um Yanomami.” Os casos confirmados são de 18 etnias que habitam o estado do Amazonas (11) e outros sete estados.
O maior número de casos está no entorno de Manaus onde moram entre 30 e 40 mil indígenas. O levantamento mostrou que os dados oficiais, da SESAI, estão subestimados. Dinaman Tuxa, coordenador da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) diz que “é latente o racismo institucional do órgão que deveria acompanhar o caso de qualquer indígena, vivendo ou não nas cidades (…) Os dados apresentados pela SESAI não são reais e isso é assustador porque a negação dos dados se dá também para o movimento indígena e isso prejudica a nossa busca por apoio porque, para todos os efeitos, esses são os dados oficiais que o mundo acompanha”.
A matéria também cita uma pesquisa da Fiocruz sobre o grau de vulnerabilidade dos Povos Indígenas, que identificou que ⅓ dos indígenas mora em municípios de alto risco de propagação da doença.
Em tempo: Ontem, nos EUA, o número de mortes provocadas pela COVID-19 ultrapassou, em pouco mais de três meses, o número de soldados norte-americanos mortos na Guerra do Vietnã. O número de mortos pela COVID-19 é também maior que o número de mortos em todos os conflitos entre brancos e Povos Originários na história dos EUA. Agradecemos a Caetano Scannavino, do Projeto Saúde e Alegria, pelo toque.
ClimaInfo, 29 de abril de 2020.
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