Um plano de recuperação econômica para muita gente botar defeito

plano pró brasil

Programas de retomada da economia por meio de investimentos em obras de infraestrutura são, a princípio, interessantes. Mas, como sempre, o diabo se esconde nos detalhes. O Pró-Brasil, mal anunciado pelo governo na semana passada, pretende acelerar grandes obras que constam do portfólio do BNDES. De um total de quase R$ 200 bilhões em investimentos, ⅔ se destinam a rodovias que, se empregam gente na construção, depois de prontas, servirão mais para escoar soja e carne do que para reduzir a desigualdade nas grandes cidades.

Um ponto positivo das ideias presentes no “plano para fazer um plano” é a alocação de quase 30% para saneamento, mas faltam detalhes para avaliar melhor. O sistema de saúde, em colapso por conta da epidemia, receberia apenas 0,06%.

A matéria de Francisco Góes, no Valor, traz avaliações negativas de economistas por conta da “dificuldade do Brasil de executar obras no prazos e custos originais ou, o que é pior, deixá-las incompletas por anos ou décadas a fio. Essa tradição, da qual ninguém pode se orgulhar, se explica por falta de planejamento, pelo desenho mal feito de concessões de obras públicas, por lacunas regulatórias e pela falta de bons projetos de engenharia.”

 

ClimaInfo, 29 de abril de 2020.

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