Investimentos verdes para recuperação da economia global

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E agora, o que fazer com o caos planetário? Continuar como antes ou romper com os dogmas neoliberais que conduziram a negligenciar as necessidades básicas da população, começando pela saúde? A pergunta foi feita pelos intelectuais da esquerda francesa Cédric Durand, da Universidade de Paris 13, e Razmig Keucheyan, da Universidade de Bordeaux. Para eles, a pandemia de COVID-19 convida a pensar numa sociedade que respeite o equilíbrio ambiental e esteja à altura dos desafios climáticos.

De forma semelhante, o FMI – insuspeito de uma visão de esquerda – vai na mesma linha. Para Kristalina Georgieva, chefe do órgão multilateral, seria um erro fazer uma pausa na ação sobre as mudanças climáticas enquanto se responde ao coronavírus: “Estamos prestes a implementar um enorme e gigantesco estímulo fiscal e podemos fazê-lo de forma a enfrentar ambas as crises ao mesmo tempo (…) Para que o nosso mundo saia desta crise [coronavírus] mais resistente, temos de fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para que seja uma recuperação verde”. Georgieva instou também os governos a considerarem a tributação do carbono para aumentar as receitas para a recuperação econômica e incentivar o setor privado a reduzir suas emissões de gases de efeito estufa.

Em tempo: Georges Monbiot, no The Guardian, pede que, em seus planos de reativação econômica, os governos não salvem as megacorporações do petróleo e da aviação: “Esta crise é uma chance de reconstruir nossa economia para o bem da humanidade. Vamos resgatar o mundo vivo, não aqueles que o destróem.”

 

ClimaInfo, 30 de abril de 2020.

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