O general Mourão, presidente do Conselho da Amazônia, pediu a Bolsonaro que promulgue uma nova GLO para combater o desmatamento e as queimadas na Amazônia já a partir do começo de maio, informa Lauro Jardim n’O Globo.
Mourão definiu sete áreas prioritárias nos estados do Pará, Amazonas, Rondônia e Mato Grosso. Em agosto do ano passado, no auge das queimadas, Bolsonaro assinou uma GLO colocando as Forças Armadas para combatê-las. O número de focos caiu nos dois meses seguintes, mas o desmatamento não. Este ano, Mourão quer as Forças Armadas atuando nas duas frentes.
Segundo informa a Reuters, Mourão tem planos para estabelecer ainda neste ano bases permanentes na Amazônia para militares, polícias federal e estaduais, agências ambientais e outras forças de segurança.
Marcio Astrini, secretário executivo do Observatório do Clima, disse à Reuters que a presença dos militares sem dúvida ajudará a conter o desmatamento no curto prazo, mas não pode substituir os esforços de longo prazo de agências ambientais como o Ibama, que estão sendo enfraquecidos pela administração Bolsonaro.
Para Astrini, o governo é “esquizofrênico”, já que suas próprias políticas antiambientais são as responsáveis pela destruição à qual os militares estão sendo enviados para parar: “Enviar os militares para a Amazônia é como medicar uma doença criada pelo próprio governo (…) É um medicamento que tem um efeito a curto prazo, que vai resolver o problema agora (…) Não vai curar a doença. A doença que existe hoje na Amazônia é o Bolsonaro”.
ClimaInfo, 30 de abril de 2020.
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