“Coronawash”: como as corporações estão explorando a pandemia

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Enquanto a pandemia afeta a vida de bilhões de pessoas em todo o mundo, lobistas de grandes empresas europeias estão aproveitando a oportunidade para reembalar velhas demandas que vão desde atrasar ou revogar regras até se assegurar que a injeção de dinheiro para a sobrevivência das empresas não sejam acompanhada de condições impostas pelos governantes.

Segundo o Corporate Europe Observatory (CEO), o argumento-chave repetido por vários lobistas corporativos é o da imposição, pela crise atual, do adiamento ou enfraquecimento das regulamentações ambientais, fiscais, trabalhistas e de segurança.

O CEO lista algumas das demandas corporativas, como atrasar a ação climática, reduzir as exigências de redução de emissões de veículos e aeronaves e adiar a implantação da estratégia de sustentabilidade para a produção de alimentos, entre outros. Até os produtores de plástico estão tentando um último tiro desesperado para se salvarem.

E por que isso é relevante para o mundo? Porque a atuação dos países da Europa tem sido fundamental nos fóruns globais sobre meio ambiente, clima e biodiversidade.

Nos EUA, o governo Trump lançou uma ajuda bilionária para manter pequenas empresas abertas durante a pandemia e, segundo Emily Holden no The Guardian, empresas de carvão, de petróleo e gás conseguiram receber quase US$ 50 milhões desse bolo, acumulando uma dívida que dificilmente será paga. O governo alegou que os recursos estão sendo distribuídos pelo sistema bancário e que não tem como saber para onde está indo o dinheiro.

Em tempo: Recomenda-se a leitura do artigo de Kevin Crowley e Bryan Gruley, Bloomberg, sobre o que eles chamaram de “A Humilhação da Exxon”, onde mostram as apostas que se revelaram desastrosas quando a COVID-19 derrubou a demanda de petróleo e quando os preços do barril nos contratos norte-americanos despencaram como nunca antes. A empresa tem uma dívida de mais de US$ 50 bilhões e viu o valor de mercado de suas ações acompanharem o preço do barril do seu principal produto.

 

ClimaInfo, 4 de maio de 2020.

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