Energia das renováveis crescem enquanto a das fósseis despencam

fontes renováveis

A energia gerada pelas fontes renováveis aumentou em 1,5 pontos percentuais no primeiro trimestre deste ano, ao mesmo tempo em que a demanda global por energia caiu quase 4 pontos.

O aumento da participação das renováveis no mercado global é resultado das plantas eólicas e fotovoltaicas que entraram em operação ao longo do ano passado. Na maioria das redes, as renováveis são despachadas independente da demanda e, assim, não sentiram a queda desta.

A participação horária das renováveis bateu recordes nas matrizes energéticas da Alemanha, Itália, Bélgica, Hungria e do oeste dos EUA. Enquanto a participação do carvão caiu, a do gás e a do petróleo permaneceu relativamente constante. No geral, a participação das renováveis ficou em 27,5% no primeiro trimestre, mais do que os 26% no mesmo período do ano passado.

Esses e outros números são destaque na edição 2020 do Global Energy Review da Agência Internacional de Energia (IEA).

Com isso, o Carbon Brief estima que as emissões da queima de combustíveis em todo o mundo devem cair 8% neste ano. A se confirmar a previsão, será a maior queda da história e por volta de 6 vezes maior do que a registrada durante a crise financeira de 2008.

Em outra matéria publicada pelo Carbon Brief na semana passada, Dave Jones estimou que as emissões do setor elétrico europeu caíram quase 40% em abril por conta de uma queda de 18% na demanda total e pelo aumento de quase 30% na geração fotovoltaica, graças a um mês ensolarado e menos poluído. Isso em meio a previsões de queda do PIB europeu neste ano de entre 5% e 12%.

Giuliana Miranda, na Folha, conta que a estimativa de queda das emissões feita pela Organização Organização Meteorológica Mundial (WMO) é um pouco mais modesta, 6%, mas mesmo assim um tombo recorde. Giuliana também comenta as previsões para o Brasil, onde o aumento do desmatamento fará do país uma flor rara no cenário global, um dos poucos cujas emissões aumentarão neste ano.

O relatório da IEA foi comentado em toda a mídia internacional. Sugerimos a leitura das matérias da Business Green e do Financial Times.

Em tempo: Benjamin Storrow pergunta em um artigo da E&E que também foi publicado pela Scientific American: se todo mundo está em quarentena, porque as emissões não caíram ainda mais? Ele mostra que a principal queda nas emissões veio dos transportes aéreo e rodoviário. Os navios continuaram navegando e, principalmente, muitas indústrias continuaram a produzir e a emitir. A situação atual é diferente da crise de 2008, quando a produção industrial despencou. E essa produção deve retomar o ritmo anterior antes dos carros e aviões voltarem a circular.

 

ClimaInfo, 4 de maio de 2020.

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