Empresas “verdes” seguem investindo e comprando carne produzida na Amazônia

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Enquanto o governo Bolsonaro segue facilitando a vida de quem desmata e destrói o meio ambiente no Brasil, a União Europeia começa a apertar o cerco a instituições financeiras que insistem em apoiar setores econômicos responsáveis por desmatamento e emissões massivas de gases de efeito estufa.

Em março, a Comissão Europeia lançou um guia para classificar os setores econômicos segundo seu impacto potencial, que cria uma régua padrão para analisar o resultado de cada um em termos de sustentabilidade. A aplicação da classificação, a partir de 2021, deve representar um obstáculo tremendo para as empresas brasileiras que seguem produzindo grãos e carne em áreas desmatadas ilegalmente.

O Eco fez uma reportagem abrangente sobre os efeitos potenciais dessas medidas sobre o agronegócio brasileiro. Se na Europa as promessas de uma economia verde estão começando a deixar o campo das promessas e se concretizando no das políticas públicas, a situação no Brasil não poderia ser mais diferente. Mesmo com exigências da bolsa de valores e de autoridades como o Banco Central, as empresas brasileiras seguem ignorando suas próprias promessas e fazendo negócio com setores que promovem destruição florestal.

Se a regulação é leniente e se a autorregulação é falha, o caminho para forçar uma transformação nessas empresas pode estar no mercado consumidor, com a pressão cada vez maior dos clientes para que as empresas tenham mais responsabilidade social e ambiental.

Em tempo: No mês passado, uma reportagem do mesmo Eco mostrou como a burocracia e a falta de transparência do mercado financeiro prejudicam os esforços de investidores do Brasil e do exterior em direcionar suas aplicações para empresas com responsabilidade socioambiental. A confusão, que parece proposital, serve também para mascarar grandes investidores que insistem em apoiar atividades com alto potencial de devastação ambiental.

 

ClimaInfo, 21 de maio de 2020.

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