Chefe do FMI aposta em uma recuperação econômica igualitária e verde

FMI

Os países que conseguirão superar mais rapidamente a crise econômica causada pela pandemia serão aqueles que forem capazes de conduzir uma “grande transformação digital” e de pensar em uma economia mais justa e ambientalmente sustentável. Essa é a aposta de Kristalina Georgieva, diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), quem ressalta a gravidade e a imprevisibilidade da crise climática que desafiará o mundo nas próximas décadas.

“Quem se mover na direção de uma economia climática mais resiliente, reduzirá seu risco e o risco do mundo para as outras crises sobre as quais não estamos falando muito nos dias de hoje, mas que não sumiram. Quem não gosta de pandemias, não vai gostar nada das crises climáticas”, disse Georgieva.

No UOL Ecoa, Fernanda Ezabella faz um perfil interessante da atual chefe do FMI, desde os tempos de estudante de economia na Bulgária, ainda sob a Cortina de Ferro, até seu trabalho no Banco Mundial e, mais recentemente, na União Europeia.

Falando em Europa, as discussões em torno de um “Green Deal” na UE se intensificaram após a pandemia, com a preocupação quanto a que os pacotes de incentivos econômicos que muitos países estão implementando se alinhem aos objetivos de redução de emissões e transição energética para fontes renováveis do bloco.

Em um artigo interessante, a diplomata Laurence Tubiana e Emmanuel Guerin, ambos da European Climate Foundation (ECF), ressaltam a importância de se alinhar objetivos de curto prazo, voltados para a recuperação rápida da crise econômica, com aqueles de longo prazo, associados à crise climática. A preocupação deles refere-se às medidas excepcionais serem sequestradas por grupos de interesse organizado para a defesa do status quo, que vão instrumentalizá-las para diminuir proteções sociais, leis trabalhistas e regulações ambientais.

Em tempo 1: Em carta publicada no Financial Times, os ministros do meio ambiente do Reino Unido, Zac Goldsmith, e da Costa Rica, Carlos Manuel Rodríguez, destacaram a importância da restauração dos meio ambientes terrestre e marinho no processo de recuperação econômica da crise pós-pandemia e de enfrentamento da crise climática. De acordo com os autores, as soluções baseadas na natureza são instrumentos vitais para esse esforço e precisam ser incentivadas pelos governos e utilizadas pelas empresas para que a economia possa ser revitalizada, ao mesmo tempo em que contribuem para reduzir a pressão sobre ecossistemas e as emissões de gases de efeito estufa causadores da mudança do clima.

Em tempo 2: O Rock Mountain Institute lançou um relatório sintetizando alguns princípios a serem considerados para os pacotes de estímulos econômicos pós-pandemia que incorporam medidas de descarbonização da economia, com redução de emissões de carbono e transição para fontes renováveis de energia.

 

ClimaInfo, 25 de maio de 2020.

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