A ilegalidade acompanha a destruição florestal e os dados do relatório do MapBiomas para 2019 deixam isso ainda mais evidente: apenas 1% dos alertas de desmatamento identificados no ano passado aconteceu em áreas que tinham autorização para fazer a supressão vegetal. O restante dos 12.187 km2 de área verde suprimida registrada pela plataforma foi desmatado ilegalmente.
No domingo, o Fantástico apresentou os novos dados do MapBiomas e ouviu o pesquisador Tasso Azevedo, coordenador da iniciativa. “99% de todo o desmatamento que aconteceu no Brasil não é regular: não tinha autorização ou estava em áreas que jamais poderiam ter sido desmatadas”, afirmou Azevedo.
O MapBiomas registrou cerca de 56 mil alertas em todo o país, sendo que 11% aconteceram em Unidades de Conservação e 5,9% em Terras Indígenas (TI). A região de Altamira (PA) concentra a maior parte dos alertas em áreas protegidas, principalmente na TI Apyterewa, que registrou 479 alertas. Os dados apontam também para uma sobreposição entre os alertas de desmatamento e os focos de queimadas registrados no ano passado na Amazônia.
Outro dado relevante é o tamanho de muitas das áreas de floresta suprimidas, o que aponta para uma ação coordenada e planejada, que envolve grandes recursos financeiros, humanos e tecnológicos. Isso desmonta um argumento muito utilizado por ruralistas quanto ao desmatamento ser fruto da ação de pequenos produtores e agricultores familiares.
Miriam Leitão, na sua coluna d’O Globo, comentou o trabalho e disse que “Salles achava que a pandemia tinha desviado as atenções. Mas teve gente que alertou para o mal que estava sendo feito nas sombras”.
O relatório será divulgado na íntegra hoje, a partir das 11h, no site do MapBiomas.
ClimaInfo, 26 de maio de 2020.
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