Mudança do clima pode dobrar estresse hídrico global até 2050

estresse hídrico

Com o aquecimento global não dando sinais de alívio, a segurança hídrica de todo o planeta pode estar gravemente comprometida até a metade deste século. Um novo estudo alerta que o “estresse hídrico” sobre o planeta pode dobrar de 2010 até 2050, afetando a disponibilidade de água para a humanidade, que já tem ⅔ convivendo com escassez hídrica durante ao menos um mês por ano.

O estudo examina de que maneira a mudança do clima pode afetar o estresse hídrico – ou seja, a relação entre disponibilidade e uso de água potável – em fronteiras internacionais, combinando dados de modelos hidrológicos e climáticos para projetar dois cenários possíveis. O primeiro supõe que o crescimento populacional será baixo e que o aquecimento do planeta se manterá abaixo dos 2°C. Já o segundo assume o contrário, com população global em alta e emissões de carbono sem atingir o pico global até 2060.

No segundo cenário, o número de pessoas vivendo sob estresse hídrico dobraria entre 2010 e 2050, o que equivale a um acréscimo de 380 milhões ao contingente de pessoas com problemas de acesso à água potável. No entanto, se tanto as emissões quanto o crescimento populacional forem baixos, o número de pessoas a mais sofrendo com estresse hídrico ainda cresceria em 50%.

“Não existirão muitas áreas novas sob estresse hídrico, mas as bacias hidrográficas que hoje já sofrem com isso terão problemas ainda maiores no futuro”, disse um dos autores, Matti Kummu, da Universidade de Aalto (Finlândia), ao Carbon Brief. “O maior crescimento de estresse hídrico aconteceria no Norte da África, no Oriente Médio e na Ásia Central e do Sul”.

 

ClimaInfo, 4 de junho de 2020.

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