Uma recuperação econômica verde para o Brasil

recuperação verde da economia

O Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado na última sexta-feira (5/6), trouxe algumas reflexões interessantes sobre como o Brasil, apesar da política antiambiental promovida pelo atual governo federal, pode explorar um caminho de recuperação econômica mais alinhado com a conservação ambiental e o combate à crise climática.

Natalie Unterstell (Movimento Agora!) e Gustavo Pinheiro (iCS) apontam na Folha que uma retomada econômica efetiva passa pelo endereçamento das diferentes crises e ameaças com as quais o Brasil sofre atualmente. “Vivemos uma situação sem precedentes, em que a pandemia está combinada com outras crises de igual urgência que se interpõem pedindo uma resposta conjunta. Ameaças autoritárias, desigualdades gritantes, desmatamento desenfreado e emergência climática”, escrevem. “Quem tentar ignorar uma ou quaisquer dessas dimensões na resposta vai claramente ‘enxugar gelo’. Uma transição justa, democrática e para a maior resiliência frente às crises futuras é necessária”.

Em artigo no Estadão, André Lima (IDS) oferece um caminho para uma recuperação verde da economia brasileira após a pandemia: “Uma aceleração da transição da economia do século XIX, altamente centrada em extração e exportação in natura de recursos naturais, para uma economia do século XXI, altamente intensiva em uso de tecnologias aliadas ao uso sustentável de recursos naturais”. Ele também destaca de que maneira a reforma tributária pode servir como um catalisador para essas transformações, com incentivos para tecnologias e atividades de baixo carbono.

No entanto, o ponto de partida para este esforço passa pelas defesa e consolidação da democracia no Brasil. Sem isso, o país arrisca desperdiçar todas as oportunidades de desenvolvimento sustentável, perpetuando as desigualdades gritantes e a miséria que atinge parcela cada vez maior da sociedade brasileira, reforçam Ricardo Young, João Capobianco e Carolina Mattar (IDS) no Estadão.

 

ClimaInfo, 8 de junho de 2020.

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