“Desgoverno” Bolsonaro fecha portas para o Brasil no exterior

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O desconforto internacional com o Brasil vinha desde o começo do governo Bolsonaro, em janeiro de 2019. No entanto, a junção da escalada do desmatamento na Amazônia com o avanço da pandemia de COVID-19, ambas sob a liderança desastrada do presidente, parece ter selado o mau humor de mercados importantes no exterior com o país.

“Bolsonaro é pessoalmente responsável pela atenção internacional que o país tem recebido”, comentou o cientista político norte-americano Ian Bremmer, fundador da consultoria Eurasia Group, à repórter Mariana Sanches na BBC Brasil. Para ele, ainda que o Brasil não se torne totalmente um “pária” no cenário global, por causa de sua relevância econômica, o desempenho do governo brasileiro na pandemia e no meio ambiente está sabotando oportunidades de investimentos e negócios internacionais para o país.

Uma das oportunidades sabotadas por Bolsonaro é o acordo comercial Mercosul-União Europeia, fechado no ano passado depois de mais de duas décadas de negociação. Na semana passada, o Parlamento da Holanda aprovou moção pedindo ao seu governo que rejeite o tratado por causa da política ambiental brasileira. Para a deputada holandesa Esther Ouwehand, que liderou a articulação contrária ao tratado comercial com o Brasil, “o acordo, tal como ele é, não está mais na agenda” dos parlamentares do país.

A resposta do governo federal tem sido pouco diplomática. Nos EUA, a embaixada brasileira refutou a carta divulgada por parlamentares democratas do Congresso norte-americano contra a possibilidade de um acordo comercial entre os dois países. De acordo com o encarregado de negócios e indicado a embaixador brasileiro nos EUA, Nestor Forster, os deputados têm uma visão “deturpada” e “desinformada” do Brasil.

 

ClimaInfo, 10 de junho de 2020.

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