O “ponto cego” da crise climática com a perda da biodiversidade

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Mesmo com a preocupação recente de empresas e investidores com riscos climáticos, existe um “ponto cego” que expõe as companhias a riscos inesperados que podem causar problemas: a perda de diversidade biológica. Esta é a conclusão de dois estudos realizados pelo grupo ShareAction.

Os estudos revelam que nenhuma das 75 maiores gestoras de ativos do mundo possui uma política dedicada à biodiversidade, e que 39% delas seguem sem mencionar a mudança do clima em suas políticas de investimento. Para efeito de comparação, estas 75 companhias gerenciam ativos equivalentes ao PIB somado de Estados Unidos, China e União Europeia. Assim, de acordo com a pesquisa, a gestão de boa parte destes ativos continua ignorando riscos sistêmicos estratégicos ou, pior, contribuindo para aumentar sua exposição a eles.

“É preocupante que o conjunto de ativos sob gestão das companhias que tiveram pontuação baixa em sua abordagem de investimento responsável corresponda a US$ 36 trilhões, 64% do total de ativos das empresas gestoras avaliadas”, aponta a ShareAction. “Nem um único gestor de ativos conseguiu classificação AAA, ou mesmo AA, que demonstraria que são empresas com práticas de liderança nas áreas em que avaliamos”.

“A atual pandemia é um lembrete forte das consequências que a invasão humana dos ecossistemas pode causar à economia global e à saúde humana”, alerta Krystyna Springer, analista da ShareAction e uma das autoras do relatório. “Este é apenas o mais recente surto de uma série deles que vem acontecendo nas últimas décadas, impulsionados pelas mudanças no uso do solo e pelo esgotamento dos habitats”.

 

ClimaInfo, 18 de junho de 2020.

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