Investidores europeus prometem sair do Brasil se Bolsonaro não mudar política antiambiental

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A devastação ambiental promovida pelo governo federal está criando riscos para produtores rurais e traders de commodities. Pelo menos sete grandes gestoras de investimento europeias avisaram da possibilidade de desinvestir de empresas e mesmo de papéis da dívida pública do país por causa da negligência da administração Bolsonaro com o meio ambiente, bem como dos ataques seguidos às instituições democráticas e sua atuação problemática no esforço contra a COVID-19.

Na Reuters, Jake Spring informa que estes investidores, que detêm mais de US$ 5 bilhões em investimentos no país, estão observando atentamente a conduta do governo federal e que, caso não haja uma mudança na orientação das políticas públicas em Brasília, poderão retirar as aplicações do Brasil. Nos últimos meses, essas companhias europeias se envolveram em campanhas públicas para pressionar o governo brasileiro contra os projetos de regularização fundiária e reforçar as ações de combate ao desmatamento na Amazônia.

Como ressalta Rennan Setti, na Época, o movimento de repúdio de investidores por causa de questões socioambientais no Brasil se insere em um contexto de “fuga de capitais” que o país vem sofrendo. Neste ano, o fluxo de investidores externos na B3 está negativado em R$ 76,8 bilhões, o maior volume de saídas já registrado pela Bolsa de Valores para o período. Junto com a instabilidade econômica causada pela pandemia e aprofundada pela incerteza política, a degradação ambiental torna o cenário bastante desafiador para investidores estrangeiros – e mais ameaçador para as empresas brasileiras que dependem desses recursos e/ou da venda de seus produtos no exterior.

 

ClimaInfo, 22 de junho de 2020.

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