Uma pesquisa publicada na Nature Geosciences analisou as consequências da compra por estrangeiros de mais de 80 mil propriedades rurais de grande extensão entre os anos 2000 e 2018 em 15 países da América do Sul, da África Subsaariana e do Sudeste Asiático. Na maior parte dos casos, essas operações comerciais realizadas por companhias privadas e governos estrangeiros intensificaram o desmatamento nas regiões.
As operações analisadas contemplam terrenos com ao menos 200 hectares, tanto de compra e venda quanto de arrendamento. De acordo com a pesquisa, cerca de 76% das aquisições de terra de grande extensão nos países do sul global foram feitas por investidores estrangeiros.
“Os governos do sul global têm recebido esses investimentos como uma caminho para potencialmente facilitar transferências de tecnologia e entrada de capital, bem como promover o desenvolvimento rural e a criação de empregos locais”, dizem os autores. No entanto, os dados levantados pela pesquisa confirmam que esses empreendimentos estão associados na maior parte das vezes com desmatamento, o que, por sua vez, pode causar problemas estruturais que acabam compensando negativamente qualquer benefício econômico gerado por estas atividades.
O Carbon Brief fez um apanhado interessante dos resultados da pesquisa.
ClimaInfo, 24 de junho de 2020.
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