72% do garimpo na Amazônia acontece em “áreas protegidas”

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Dados do sistema de monitoramento DETER-INPE indicam que, de janeiro e abril de 2020, 72% do garimpo realizado na Amazônia aconteceu em áreas legalmente protegidas, como Unidades de Conservação (UC) e Terras Indígenas (TI). A atividade ilegal custou no total a perda de mais de 1,3 mil hectares de floresta no período.

A destruição causada pelo garimpo ilegal na Amazônia foi documentada pelo Greenpeace em diversas áreas protegidas, como as TIs Munduruku e Sai Cinza, no Pará, que totalizam 60% dos alertas de desmatamento para garimpo na região em 2020. Só na TI Munduruku, imagens de satélite mostram um aumento de 58% no desmatamento associado ao garimpo nos primeiros quatro meses deste ano. A situação também é precária na TI Yanomami, bastante atingida pela pandemia de COVID-19. A presença de mais de 20 mil garimpeiros na região vem servindo como vetor de contágio para as aldeias. Entre as UCs, o Greenpeace identificou focos mais intensos de garimpo ilegal em duas unidades, também no Pará: a Floresta Nacional (FLONA) de Altamira e o Parque Nacional (PARNA) do Jamanxim.

“Infelizmente, o que os dados e as imagens aéreas explicitam é que o garimpo é um  determinante vetor de destruição de áreas que, por lei, deveriam ser de proteção da floresta e de seus povos na Amazônia”, alerta Carol Marçal, do Greenpeace Brasil. “Considerando que os garimpeiros são potenciais transmissores da COVID-19 para os indígenas, se medidas urgentes não forem tomadas, a realidade será catastrófica na região”.

O levantamento feito pelo Greenpeace Brasil foi destaque na Folha.

 

ClimaInfo, 26 de junho de 2020.

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