Ásia na contramão da recuperação verde pós-pandemia

Ásia

Há uma década, na esteira da crise financeira global de 2008, os governos da Ásia apostaram fortemente em gastos públicos com incentivos para indústria, consumo, emprego e turismo, o que permitiu que suas economias se reerguessem, mas ao custo do aumento de desigualdade de renda, corrupção e destruição ambiental. Ao que tudo indica, o mesmo caminho está sendo trilhado agora, com a crise causada pela pandemia.

Uma matéria da Nikkei Asian Review levantou a proporção de investimentos para transição verde nos pacotes de estímulo para recuperação econômica nos países asiáticos. Em todos os casos, o cenário é o mesmo: foco em projetos de infraestrutura e energia fóssil, e recursos mais escassos destinados a iniciativas verdes. A China vem puxando esta resposta mais “suja”, com a flexibilização de regras e metas ambientais para geração de energia elétrica por queima de carvão e produção automobilística de modelos movido por motores de combustão interna.

A dificuldade de impulsionar ações para transição verde na Ásia também é observada no Japão. Na semana passada, por exemplo, os acionistas do grupo financeiro Mizuho rejeitaram uma moção que pedia o alinhamento dos negócios da companhia às metas do Acordo de Paris. A proposta foi apresentada pela ONG Kiko Network e contava com apoio de seis fundos de investimentos nórdicos, entre eles a Nordea Asset Management, com o objetivo de restringir o financiamento do banco a projetos de carvão na Ásia.

 

ClimaInfo, 29 de junho de 2020.

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