A pandemia de COVID-19 e os alertas de cientistas sobre a intensificação de doenças zoonóticas por causa da destruição de habitats naturais e da mudança do clima assinalam que nosso modelo de exploração da natureza e de produção de alimentos não é mais viável. “É uma forma de lidar com a natureza que brinca com o apocalipse”, diz Eugenio Scannavino Netto, do Projeto Saúde e Alegria (PSA), a Dom Phillips no Guardian. “Estamos nos dirigindo a um suicídio coletivo”.
A matéria destaca uma das iniciativas conduzidas pelo PSA, o Centro Experimental Floresta Ativa (CEFA), uma unidade socioprodutiva mantida na Comunidade do Carão, na RESEX Tapajós-Arapiuns. O CEFA integra unidades demonstrativas de permacultura e agroecologia, bem como de bioconstrução, eficiência energética, tratamento adequado de resíduos e reaproveitamento da água da chuva. A proposta é mostrar a viabilidade de um novo modelo de produção agrícola que respeita a diversidade biológica e a riqueza da floresta em pé, sem recorrer ao desmatamento e às queimadas que tanto prejudicam a Amazônia. Como Scannavino Netto ressalta, as monoculturas da agricultura moderna estão destruindo tudo isso, o que modifica o comportamento de diversas espécies de animais, facilitando o “pulo” de doenças de outras espécies para o ser humano – como foi o caso da COVID-19.
ClimaInfo, 29 de junho de 2020.
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