Muito barulho por pouca coisa. Este pode ser o balanço preliminar da Operação Verde Brasil 2, iniciada em maio para combater o desmatamento ilegal e focos de incêndio na Amazônia. Mesmo com um orçamento gordo para operações deste tipo (cerca de R$ 60 milhões mensais), os resultados práticos foram limitados. Pior, de acordo com fiscais do Ibama, os militares estão atrapalhando ações do órgão.
No UOL, Wanderley Preite Sobrinho traz a percepção de fiscais do Ibama sobre o desempenho da GLO. Os militares tomaram para si a condução da fiscalização, esvaziando as atribuições do Ibama. Ações que estavam sendo planejadas há meses pelo órgão foram suspensas pelos comandantes militares, substituídas por ações por eles definidas em outros locais. “A nossa impressão é de que as Forças Armadas estão ali para inviabilizar o nosso trabalho”, disse um dos fiscais, sob anonimato. “Ficam rodando a Amazônia e não fazem nada”. A matéria cita também a indisposição dos militares em participar de ações que resultem em apreensão e destruição de maquinário de criminosos – um dos pontos mais ressaltados pelo presidente Jair Bolsonaro como um “exagero” da legislação de meio ambiente.
De toda forma, a presença dos militares na Amazônia e a falta de dinheiro em Brasília diminuíram o ímpeto do governo Bolsonaro para a criação uma Força Nacional Ambiental, prevista inicialmente para acontecer no 2º semestre deste ano. Anunciada pelo governo no começo do ano, depois das críticas sofridas pelo Brasil no Fórum Econômico Mundial, a força contaria com a participação de bombeiros e policiais ambientais dos estados, nos moldes da Força Nacional de Segurança.
Em tempo: O vice-presidente Hamilton Mourão e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, tentam organizar uma videoconferência com os investidores internacionais que assinaram a carta com críticas à política ambiental do Brasil e que ameaçaram retirar investimentos do país. A ideia é tentar aliviar a tensão com os fundos internacionais e explicar o que o governo está fazendo para combater o desmatamento.
ClimaInfo, 29 de junho de 2020.
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