Os compromissos climáticos das gigantes do petróleo são limitados

petróleo

A indústria fóssil tem buscado definir ações e metas para “descarbonizar” suas operações no longo prazo, em consonância com a percepção de que a crise climática pressionará cada vez mais os setores econômicos intensivos em emissões de carbono. No entanto, muitas companhias estão definindo metas de “descarbonização” sem se comprometer com reduções absolutas de emissão, o que pode colocá-las na contramão do limite climático definido pelo Acordo de Paris, limitar o aquecimento em no máximo 2oC.

Um levantamento feito pela Carbon Tracker sobre os compromissos anunciados por grandes empresas do setor de óleo e gás destaca que a indústria ainda falha em reconhecer os limites finitos que a transição energética impõe aos seus modelos de negócio e suas decisões de investimento. Companhias que insistem em pressupor crescimento e contratar projetos fora dos limites climáticos correm o risco de criar “ativos encalhados”, potencialmente destruindo um valor significativo para seus acionistas.

“Por si só, as metas de descarbonização são insuficientes para atender aos objetivos do Acordo de Paris”, explica Mike Coffin, analista da Carbon Tracker e autor do relatório. “Para isso, as metas climáticas precisam reconhecer os limites absolutos de um orçamento global de carbono e incorporar reduções intermediárias de emissões. Planos que falhem em satisfazer as preocupações ambientais e financeiras dos investidores correm o risco de serem vistos como greenwashing”.

Outro ponto ressaltado pelo estudo é a diferença entre os compromissos das companhias petrolíferas da Europa, que falam em descarbonização, e os dos EUA, que seguem ignorando a questão climática na sua estratégia de gestão e de negócio.

O Financial Times destacou os principais resultados do levantamento.

 

ClimaInfo, 29 de junho de 2020.

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