Oposição democrata apresenta plano climático para os EUA

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A bancada do Partido Democrata na Câmara dos Representantes dos EUA apresentou ontem (30/6) um ambicioso plano de ação climática com o objetivo de descarbonizar a economia norte-americana até o ano de 2050. O plano combina novas regulamentações governamentais, incentivos fiscais para empresas e investimentos em renovação de infraestrutura.

Uma das propostas é a eletrificação da frota de veículos dos EUA, com a meta de que as montadoras fabriquem apenas modelos elétricos a partir de 2035. Outra proposta é a precificação das emissões de carbono, com limites mais rígidos para emissão de metano e aumento da eficiência energética dos edifícios.

Com mais de 500 páginas, o plano é resultado de mais de dois anos de trabalho do comitê sobre independência energética e aquecimento global da Câmara norte-americana, criado na primeira passagem da deputada Nancy Pelosi pela presidência da Casa em 2007, e retomado dez anos depois, com seu retorno ao posto.

Ainda assim, a proposta democrata é natimorta em termos legislativos. O Senado, controlado pelo Partido Republicano de Trump, não deverá sequer olhar a proposta. No entanto, ela pode servir de inspiração para arregimentar apoio para os democratas nas eleições gerais de novembro, quando o agora impopular Trump enfrentará o ex-vice-presidente Joe Biden.

Em tempo: Trump parece ter ouvido o conselho de Ricardo Salles, o de aproveitar a pandemia para “passar a boiada” sobre as regulações governamentais. A Casa Branca está usando a crise econômica e sanitária causada pela pandemia para desmantelar regulamentos federais por decreto, tendo como alvo regras de proteção de trabalhadores, consumidores, investidores e do meio ambiente. De acordo com o Washington Post, Trump assinou uma ordem executiva em meados de junho autorizando todas as agências de governo a rescindir, modificar ou simplesmente abandonar regulações que eventualmente “sobrecarreguem” a economia. Na semana passada, ele assinou outro decreto, desta vez permitindo que o governo abandone leis ambientais consagradas há décadas para acelerar a aprovação de oleodutos, rodovias e outros projetos de infraestrutura e energia.

 

ClimaInfo, 01 de julho de 2020.

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