Bachelet: negacionismo de Bolsonaro ameaça intensificar pandemia 

1 de julho de 2020

“Em Bielorússia, Brasil, Burundi, Nicarágua, Tanzânia e nos EUA – entre outros, estou preocupada com declarações que negam a realidade do contágio viral, e pela crescente polarização em temas-chave, que podem intensificar a severidade da pandemia por torpedear esforços para conter o surto e fortalecer os sistemas de saúde”, disse a ex-presidente chilena.

No UOL, Jamil Chade ressaltou os comentários de Bachelet sobre a situação dos indígenas brasileiros: “Os Povos Indígenas também são particularmente vulneráveis. O acesso inadequado aos serviços de saúde e a outras instalações agrava seu risco de pandemia, enquanto a ausência de dados desagregados dificulta a adoção de ações sob medida para atender às suas necessidades”.

O avanço da pandemia sobre os indígenas causa bastante preocupação, especialmente quanto ao impacto sobre Povos Indígenas Isolados no interior da Amazônia. O risco da COVID-19 é maior entre eles por conta de sua baixa defesa imunológica e a inexistência de apoio médico e hospitalar. Em muitos casos, o risco é que a doença cause a extinção de etnias.

Por essa razão, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) se uniu aos partidos PSB, PCdoB, PSOL, PT, Rede Sustentabilidade e PDT e entrou ontem (30/6) com uma ação no STF exigindo que governo federal tome medidas urgentes para proteger os Povos Indígenas da pandemia. Entre as ações citadas, estão a instalação de barreiras sanitárias nas 31 Terras Indígenas (TI) com presença de Povos Indígenas Isolados e de recente contato, o atendimento integral de todos os indígenas pelo SESAI, vinculado ao SUS, além da retirada de invasores das TIs Yanomami, Karipuna, Uru-Eu-Wau-wau, Kayapó, Araribóia, Munduruku e Trincheira Bacajá, que estão entre as mais afetadas da Amazônia.

“Fomos obrigados a recorrer à instância máxima do Judiciário porque, enquanto permanecemos isolados, nossos territórios estão sendo invadidos e nossa saúde, negligenciada”, desabafa Eloy Terena, assessor jurídico da APIB em artigo na Folha. “A taxa de mortalidade pela doença por 100 mil habitantes entre indígenas da região amazônica é 150% maior que a média nacional, e ao menos 30% dos territórios (…) têm potencial elevado de contágio por causa do desmatamento e da ação de grileiros e garimpeiros”.

 

ClimaInfo, 01 de julho de 2020.

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