G-20: incentivos econômicos pós-pandemia seguem privilegiando combustíveis fósseis

G-20 pós-pandemia

Os vinte países mais ricos do mundo seguem injetando recursos em companhias de energia fóssil durante a pandemia de COVID-19, o que ameaça desperdiçar uma oportunidade única para a transição para fontes energética mais limpas. De acordo com um levantamento inédito, apenas seis países anunciaram formalmente mais recursos para projetos de energia limpa do que para iniciativas fósseis: China, Índia, Japão, Alemanha, Reino Unido e Brasil.

O Climate Home teve acesso exclusivo aos resultados de um estudo feito por um grupo de 14 instituições de pesquisa, que analisou os anúncios feitos por governos nacionais e subnacionais do G20 sobre medidas de estímulo econômico no contexto da pandemia. O estudo será publicado no dia 15 de julho e contou com a participação do Instituto de Estudos Socioeconômicos (INESC) para a análise dos dados sobre o Brasil.

Para Ivetta Gerasimchuk, pesquisadora do International Institute for Sustainable Development (IISD), “a crise [do coronavírus] apenas exacerbou tendências que vinham sendo observadas no passado”.

As dificuldades enfrentadas para se acelerar a transição energética no pós-pandemia também foram destacadas pela revista Foreign Affairs. A publicação destacou que mesmo na Europa, onde os compromissos climáticos dos governos são mais robustos do que os de outros países, os incentivos econômicos estão beneficiando empresas fósseis endividadas e economicamente inviáveis. Isso não faz sentido prático, já que dá sobrevida a atividades com alto potencial de dano climático, nem faz sentido econômico, já que são companhias que sobrevivem de benefícios e subsídios governamentais que não mais se sustentam.

 

ClimaInfo, 6 de julho de 2020.

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