Sob pressão de investidores, governo Bolsonaro divulga vídeos para melhorar imagem do agronegócio brasileiro

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Se no campo das ações o governo Bolsonaro parece incipiente na quanto ao desmatamento na Amazônia, no campo da publicidade a situação é bem diferente.

O Estadão destaca que o Ministério da Agricultura criou uma série de vídeos para tentar melhorar a imagem do agronegócio brasileiro e afastá-lo da degradação que toma conta da imagem internacional do país. Os vídeos afirmam que os principais produtos da pauta de exportação agrícola do país “são produzidos em harmonia com as florestas, áreas de preservação e importantes biomas, como a Amazônia”.

Na mesma linha, o (ainda) ministro do meio ambiente, Ricardo Salles, defendeu em entrevista também dada ao Estadão, que o governo estabeleça um diálogo direto com os parceiros comerciais na Europa, para evitar problemas de “informação”.

A pergunta é se essa ofensiva publicitária será capaz de quebrar o mau humor externo com a política ambiental do Brasil. Se a resposta do governo se limitar a isso, a situação seguirá complicada. “Queremos ver ações mais concretas”, disse o executivo Eric Pedersen, da Nordea Investments, sobre a resposta do governo federal às demandas de investidores. “A decisão de não mais colocar ativos soberanos do governo brasileiro em nossa carteira ainda está mantida. Foi uma decisão (…) tomada por conta do risco mais amplo, devido ao desmatamento, e ao risco específico de deterioração do rating de créditos de médio e longo prazo, causado pelos efeitos que as queimadas estão tendo na probabilidade de aprovação do acordo pendente entre a União Europeia e o Mercosul”, afirmou Pedersen ao Estadão.

Em tempo: O Valor Econômico anunciou ontem (13/7) a divulgação diária dos dados do Índice CDP Brasil de Resiliência Climática (ICDPR-70). O índice foi criado em março com o objetivo de estabelecer, de forma inédita no país, uma relação entre a divulgação de informações ambientais e o desempenho financeiro das companhias. O indicador mensura o desempenho dos papéis de empresas com práticas diferenciadas em gestão climática, com um cálculo feito a partir de critérios técnicos, qualitativos e quantitativos. A 1ª carteira teórica do Índice reúne 34 empresas, escolhidas entre as cem mais líquidas do mercado acionário doméstico.

 

ClimaInfo, 14 de julho de 2020.

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