G20 beneficia indústria fóssil em planos de recuperação pós-pandemia

G20 fósseis

Nos pacotes de recuperação econômica pós-pandemia, os países do G20 estão gastando mais em combustíveis fósseis do que em fontes renováveis de energia, o que os afasta muito da retórica “verde” que vem sendo utilizada por alguns deles nos últimos meses.

De acordo com o Energy Policy Tracker, um levantamento feito por diversas organizações internacionais com foco nas medidas anunciadas pelas 20 economias mais ricas do mundo, esse grupo de países destinou ao menos US$ 151 bilhões em recursos públicos a empresas de energia fóssil. Apenas ⅕ desse valor foi sujeito a requisitos ambientais, como redução de emissões de carbono e de poluentes atmosféricos. Enquanto isso, os setores energéticos associados a fontes renováveis receberam bem menos – cerca de US$ 89 bilhões.

N’O Globo, Pedro Capetti destacou alguns dados relativos ao Brasil, coletados pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (INESC). Pelo levantamento, 27 políticas de recuperação econômica para o setor energético foram identificadas no país, sendo dez voltadas para combustíveis fósseis, sete para fontes limpas e outras dez envolvendo demais tipos de políticas, como a tarifa social de energia.

“O Brasil até agora não mostrou nenhuma política com contrapartida ambiental, apenas políticas para apoiar o setor. O apoio ao setor aéreo, por exemplo, foi feito de maneira mais branda”, ressaltou Livi Gerbase, assessora política do INESC. “Não queremos que o setor de combustível fóssil seja destacado nesse momento de crise, mas queremos que as coisas sejam retomadas de modo mais verde e sustentável”.

O The Guardian também explorou os principais pontos do levantamento.

 

ClimaInfo, 16 de julho de 2020.

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