Queima de gás associado à extração de petróleo atinge recorde global em uma década

queima de gás

Estimativas apresentadas ontem (21/7) pelo Banco Mundial mostram que, em todo o mundo, a queima do gás associada à extração de petróleo aumentou no último ano para o maior nível em mais de uma década, de 145 bilhões de metros cúbicos em 2018 para 150 bilhões em 2019, um  crescimento de 3%.

O aumento da queima de gás associado que aconteceu nos EUA (aumento de 23%), na Venezuela (16%) e na Rússia (9%) puxou os dados globais para cima. No entanto, de acordo com o Banco Mundial, a queima desse combustível teve uma queda global de 10% no 1º semestre de 2020, resultado do desaquecimento econômico causado pela pandemia.

A queima de gás associada à extração de petróleo libera mais de 400 milhões de toneladas de CO2 equivalente em média nos últimos anos, que são desperdiçados enquanto recurso energético e prejudicam os esforços mundiais para reduzir emissões de carbono e conter a mudança do clima.

“Nossos dados sugerem que a queima de gás continua sendo um problema persistente, com soluções que seguem sendo difíceis ou economicamente inviáveis em alguns países”, alertou Christopher Sheldon, gerente de energia no Banco Mundial. “A atual pandemia traz desafios adicionais, com preocupações de sustentabilidade e de clima potencialmente marginalizadas. Precisamos reverter essa tendência preocupante e acabar com a queima rotineira de gás”.

A Reuters destacou os principais dados apresentados pelo Banco Mundial.

Em tempo: Vale a pena ler a matéria especial do The New York Times sobre o drama de comunidades no sul do Iraque que sofrem com os efeitos tóxicos da queima de gás associada à exploração de petróleo na região. A indústria iraquiana não tem condições de aproveitar o gás liberado durante a extração do óleo; por isso, a opção mais fácil é a sua queima. No entanto, isso está causando problemas graves de saúde para as pessoas que vivem no entorno dos poços de petróleo, como câncer e problemas respiratórios.

 

ClimaInfo, 22 de julho de 2020.

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