A pressão recente sobre o Brasil por conta do desmatamento e das queimadas na Amazônia reforçou a necessidade de uma estratégia de desenvolvimento para a região que favoreça a preservação da floresta e permita a geração sustentável de renda.
Em entrevista ao Estadão, o biólogo Adalberto Val, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), destacou a importância do investimento em pesquisa científica na região para viabilizar novos modelos de desenvolvimento. Ele propõe a criação de institutos científico-tecnológicos e unidades de pesquisa, o que custaria cerca de R$ 55 bilhões, mas com potencial de gerar muito mais riqueza no longo prazo: “É preciso decodificar o conjunto de informações que existe sobre a floresta e estimular a inclusão social. Uma política voltada para isso seria mais eficiente do que derrubar a floresta (…) É importante capacitar e fixar pessoal na Amazônia”.
Também no Estadão, Cleide Silva ouviu o embaixador Rubens Barbosa e destacou os principais pontos de uma proposta formulada pelo Instituto Escolhas e o Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior (IRICE) para o desenvolvimento de uma bioeconomia na Amazônia: “O Brasil é a terceira potência mundial em exportação de produtos agrícolas e estamos correndo o risco de sermos penalizados por causa da questão da Amazônia, por isso essa deve ser uma das prioridades do governo brasileiro”.
Em artigo na Folha, Cristiano Teixeira (Klabin) e Paulo Hartung (Ibá) reforçam a constatação: “Não se pode mais adiar o combate ao desmatamento ilegal. Não bastam boas intenções, precisamos de atuação e, neste caso, urgentemente (…) Integrar comunidades locais à floresta, encontrando o equilíbrio entre a cultura regional e o avanço tecnológico e científico é um passo importante. Esta é uma maneira inteligente de preservar os recursos naturais e gerar renda”.
ClimaInfo, 27 de julho de 2020.
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