Desmatamento da Amazônia dificulta investimentos na Ferrogrão

Ferrogrão

O governo federal começará nesta semana um roadshow virtual para buscar investidores internacionais eventualmente interessados na Ferrogrão. A partir desta 5ª feira (30/7), estão programadas conversas com representantes de multinacionais da Espanha e da China, bem como com instituições multilaterais, como o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) e do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB).

De acordo com o Valor, o projeto já provoca dúvidas entre investidores. Isso porque as obras da Ferrogrão passarão pelo Parque Nacional do Jamanxim e nas proximidades de duas Terras Indígenas. Fontes ouvidas pelo jornal falam de um receio quanto à mensagem a ser dada em seus países de origem e seus stakeholders, em momento de destaque negativo da imagem do Brasil por conta do desmatamento da Amazônia e os problemas enfrentados pelos Povos Indígenas durante o governo Bolsonaro.

Ao mesmo tempo, o Financial Times fala de um movimento do mercado financeiro internacional para “dar uma 2ª chance” ao governo Bolsonaro. Para alguns investidores e empresários, a aprovação do novo Marco Legal do Saneamento, que abre espaço para empresas privadas atuarem na área, e a apresentação da proposta do governo para reforma tributária, que busca reduzir o encargo sobre as empresas, recolocaram a agenda política brasileira no caminho das reformas e podem servir para o país “virar a página” da antipatia internacional.

Em tempo: Para o Estadão, o coordenador do portfólio de economia de baixo carbono do Instituto Clima e Sociedade (iCS), Gustavo Pinheiro, defendeu uma revisão do plano de zoneamento econômico ecológico como um caminho para promover o desenvolvimento sustentável e sem desmatamento da Amazônia. O Zoneamento existe desde os anos 1980, mas há 17 anos segue sem atualização, abandonado pelo governo federal e pelos estados. O iCS prepara um projeto nesse sentido, para ajudar o Fórum dos Governadores da Amazônia. “A ideia é (…) montar políticas específicas que contribuam para o desenvolvimento das regiões, que têm vocações diferentes”, disse Pinheiro.

 

ClimaInfo, 28 de julho de 2020.

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