R$ 100 milhões estão parados no Ibama, mesmo com desmatamento em alta

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No Estadão, Giovana Girardi informa que mais de R$ 100 milhões que poderiam estar financiando operações do Ibama no combate ao desmatamento na Amazônia ainda não foram usados neste ano, mesmo com a alta do desmatamento observada nos últimos meses.

O ministério do meio ambiente tinha à disposição no início de 2020 quase R$ 73 milhões do Fundo Amazônia. Como esse valor faz parte de um desembolso feito antes do congelamento do Fundo, os recursos poderiam ser utilizados pelo governo, o que não vem sendo feito.

Além disso, dos R$ 50 milhões recebidos pelo Ibama do fundo da Lava Jato no ano passado, apenas R$ 13,9 milhões tinham sido aproveitados até a semana passada.

A matéria também destaca a exoneração do chefe do Centro de Operações Aéreas do Ibama, Everton Almada Pimentel, por ter discordado da decisão do órgão de reduzir o número de aeronaves utilizadas para operações de combate ao desmatamento.

Neste mês, destacamos aqui que o governo estuda reduzir em 20% o orçamento do Ibama em 2021, mesmo com o crescimento acentuado e persistente do desmatamento. Tudo isso acontece ao mesmo tempo em que o ministério da defesa e o Conselho da Amazônia defendem a liberação de mais recursos para a Operação Verde Brasil 2, que desde maio mobiliza militares para o combate ao desmatamento e às queimadas na Amazônia.

Em tempo: Bolsonaro deu outro show de ignorância e desinformação. Em sua live da 5ª feira (23/7), disse que a Amazônia é “muito maior” que a Europa em extensão territorial (o que é falso), numa tentativa de relativizar a falta de fiscalização in loco contra o desmatamento. Ele também rejeitou a relevância das queimadas na Amazônia, e referiu-se aos focos de incêndio na região como coisa “de caboclos e indígenas”. A Associated Press checou as afirmações de Bolsonaro e apontou as inverdades e desinformações do presidente.

Na mesma linha, o Fakebook.eco também checou as afirmações feitas pelo ministro Ricardo Salles durante entrevista à Jovem Pan. Assim como Bolsonaro, Salles distorceu dados para refutar a gravidade do desmatamento e das queimadas na Amazônia e afirmou, contra todas as evidências, que os incêndios na floresta estão diminuindo.

 

ClimaInfo, 27 de julho de 2020.

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