EUA: negacionistas da crise climática recebem o dobro de cobertura jornalística do que mensagens pró-ação climática

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Os negacionistas da crise climática tiveram o dobro da cobertura da imprensa norte-americana com relação àqueles que defendem o conhecimento científico e a necessidade de ação para se reduzir emissões de carbono. Esta é a conclusão de um estudo recente que analisou mais de 1,7 mil comunicados à imprensa relacionados ao clima entre 1985 e 2013, além de artigos noticiosos e opinativos, incluindo informações publicadas nos jornais de maior circulação nos Estados Unidos (The New York Times, The Wall Street Journal e USA Today).

De acordo com a autora do estudo, a professora da Brown University, Rachel Wetts, aproximadamente 14% dos comunicados à imprensa que se opunham à ação climática ou que negaram a ciência climática receberam grande cobertura na imprensa norte-americana, em comparação com cerca de 7% dos comunicados com mensagens pró-ação climática que tiveram o mesmo destino. Além disso, os comunicados que receberam menor atenção da imprensa vieram de grupos altamente especializados, com grande conhecimento em ciência e tecnologia.

No Grist, Wetts diz que esse desequilíbrio na cobertura jornalística sobre clima nos EUA pode estar ligado às normas jornalísticas de objetividade, que exigem que os profissionais busquem o posicionamento do “outro lado”. Para ela, esse é um “equilíbrio falso”, já que iguala desinformação com conhecimento científico, dando legitimidade aos negacionistas.

O estudo foi comentado também por The Independent e Phys.

 

ClimaInfo, 29 de julho de 2020.

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