O governo da Rússia alertou na semana passada que a eventual imposicão de uma “taxa de carbono” sobre produtos importados pela União Europeia de países com alto volume de emissões viola as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC). Segundo o ministro de desenvolvimento econômico do país, Maxim Reshetnikov, Moscou está “extremamente preocupada” com as tentativas de uso da agenda climática para a criação de novas barreiras comerciais. Para os russos, a aplicação de tal taxa pode prejudicar o fluxo de exportação para os países da UE, já que a Rússia é o 4º maior emissor global e um dos principais produtores de combustíveis fósseis do mundo.
Como explicou Sam Morgan para a Euractiv, a taxação é tida dentro da UE não apenas como um instrumento para qualificar as credenciais verdes do bloco, mas também como uma forma de colaborar com o financiamento do megapacote de ajuda financeira de 750 bilhões anunciado neste mês para a recuperação econômica pós-pandemia. A Comissão Europeia prevê que a cobrança dessa taxa pode gerar entre 5 a 14 bilhões de euros por ano, dependendo do escopo e da estrutura.
ClimaInfo, 29 de julho de 2020.
Se você gostou dessa nota, clique aqui para receber em seu e-mail o boletim diário completo do ClimaInfo.
