Em 50 anos, espécies de peixes de água doce sofreram declínio de 76%

peixes de água doce

Peixes migratórios de água doce estão entre as espécies mais ameaçadas do planeta. Entre 1970 e 2016, as populações destes peixes diminuíram 76%, uma taxa de declínio mais alta do que a observada em espécies migratórias marinhas e terrestres. Esta é a conclusão de um novo estudo conduzido pela World Fish Migration Association, o primeiro a analisar com detalhes a situação dos estoques globais de peixes migratórios de água doce. Europa (93%) e América Latina e Caribe (84%) estão entre as regiões que observaram declínio mais acentuado.

Quase metade das mais de 30 mil espécies de peixe do planeta vive em água doce, e muitas delas se movem entre habitats para reprodução e alimentação. No entanto, enfrentam desafios sérios para sua sobrevivência, como a mudança do clima, a degradação ambiental, a alteração e a perda de habitats, bem como barragens e outros obstáculos físicos que impedem sua migração.

No UOL Ecoa, Rodrigo Bertolotto conversou o biólogo brasileiro Luiz Martins da Silva, da Universidade Federal de São João Del Rei (MG), que participou da pesquisa. Silva destacou algumas soluções que o relatório aponta para reverter o cenário, como a remoção de barreiras obsoletas em usinas hidrelétricas antigas, sem sistemas de transposição para peixes, além do acompanhamento da variação nas populações de peixes para repovoar o habitat com determinadas espécies.

A National Geographic também explorou os principais pontos da pesquisa.

Em tempo: Cientistas estão aproveitando a diminuição dos fluxos de navios ao redor do mundo, causada pela pandemia, para estudar os efeitos da poluição sobre ecossistemas marinhos, especialmente baleias jubartes. Pesquisas recentes indicam que o estresse auditivo, resultado da cacofonia de embarcações cortando os oceanos constantemente, pode afetar não apenas os cetáceos, mas também focas, peixes, lulas e até mesmo ostras.

 

ClimaInfo, 31 de julho de 2020.

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