Um novo relatório do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT) indica que a transição para uma economia com emissões líquidas zero pode criar até 15 milhões de empregos na América Latina e no Caribe até 2030. No contexto do impacto econômico causado pela pandemia no continente, esses empregos podem ser estratégicos para que as economias possam se reerguer de maneira sustentável, inclusiva e resiliente.
De acordo com a análise, cerca de 7,5 milhões de empregos seriam fechados na indústria dos combustíveis fósseis e na pecuária por conta da diminuição do consumo de petróleo e carne necessários para se atender às metas internacionais do Acordo de Paris. Ao mesmo tempo, investimentos massivos em práticas e tecnologias sustentáveis em agricultura, transportes e energia poderiam gerar 22,5 milhões de novos postos de trabalho, mais do que compensando os empregos perdidos nos demais setores. “O tradeoff entre empregos, crescimento sustentável e sustentabilidade ambiental é um mito”, defendeu Vinícius Pinheiro, diretor regional da OIT para América Latina e Caribe, citado pela Reuters. “A verdade é que é possível criar empregos e combater as mudanças climáticas ao mesmo tempo”.
O relatório mostra também como mudanças na dieta, com redução do consumo de carne e laticínios e aumento de alimentos a base de plantas, também contribuiria para gerar novos postos de trabalho, ao mesmo tempo em que permitiria reduzir emissões e diminuir a pressão sobre a diversidade biológica da região. Com essas mudanças, o setor agroalimentar da região poderá gerar 19 milhões de empregos, muito acima dos 4,3 milhões de postos perdidos na indústria de gado, aves, laticínio e pesca.
O Ciclovivo destacou os principais pontos do relatório.
ClimaInfo, 31 de julho de 2020.
Se você gostou dessa nota, clique aqui para receber em seu e-mail o boletim diário completo do ClimaInfo.
