Intensificação do garimpo ilegal ameaça indígenas em plena pandemia

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O avanço desenfreado da pandemia nas Terras Indígenas (TI) evidenciou um problema persistente: a presença ilegal de forasteiros, principalmente garimpeiros, que trazem consigo violência, degradação ambiental, miséria e, agora, a COVID-19.

O Mongabay coletou dados de diversas organizações, como ISA e Greenpeace Brasil, para revelar a intensificação do garimpo ilegal em TIs nos últimos meses, mesmo com as restrições relacionadas à pandemia. A reportagem aponta as falas públicas de Jair Bolsonaro, defensor da regularização da exploração de ouro em áreas protegidas, como fator importante para explicar o aumento acentuado do desmatamento resultante de mineração ilegal nos últimos meses.

Para piorar, o governo federal admitiu que não instalou nenhum tipo de barreira sanitária em oito TIs. Em ofício da AGU ao ministro Luiz Roberto Barroso, do STF, o governo reconheceu que as TIs de Alto Rio Negro (AM), Alto Turiaçú (MA), Avá-Canoeiro (GO), Enawanê-Nawê (MT), Juma (AM), Kaxinawa do Rio Humaitá (AC), Mamoadate (AC) e Pirahã (AM) seguem sem proteção oficial, o que dificulta a contenção da pandemia nessas Comunidades Indígenas.

No começo de julho, Barroso – que é relator da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) apresentada pela Articulação dos Povos Indígenas da Amazônia (APIB) contra o governo – tinha determinado que a União tomasse medidas para proteger os Povos Indígenas contra o coronavírus. O STF deve realizar hoje (3/8) uma sessão extraordinária para tratar desta ação.

Em tempo: Sonia Guajajara, Angela Kaxuyana e Beto Marubo (APIB) publicaram ontem (2/8) n’O Globo, artigo explicando as implicações potenciais da inação do governo sobre a sobrevivência dos Povos Indígenas brasileiros.

 

ClimaInfo, 3 de agosto de 2020.

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