EUA: vice de Biden, Kamala Harris criticou política ambiental de Bolsonaro

Joe Biden

O ex-vice-presidente e candidato democrata à Presidência dos EUA, Joe Biden, anunciou na 3ª feira (11/8) o nome da senadora Kamala Harris como sua companheira de chapa na disputa eleitoral contra Trump em novembro.

Para especialistas, a escolha de Harris fortalece a plataforma climática defendida por Biden para reinserir os EUA no esforço global contra a crise climática. Harris é tida como uma aliada importante no debate sobre o “Green New Deal”, tendo assinado com a deputada Alexandria Ocasio-Cortez um plano para incluir critérios de justiça climática nas formulação e execução de políticas e legislações relativas a meio ambiente. A proposta cria um Escritório de Responsabilidade por Justiça Ambiental e Climática dentro do Escritório de Gestão e Orçamento do Congresso dos EUA. Climate Home, Grist, Inside Climate News e The Independent destacaram como a escolha de Harris reforça o discurso de ação climática dos democratas.

Já no Brasil, O Globo e Valor lembraram algumas críticas que Harris fez ao governo de Jair Bolsonaro por conta do desmatamento na Amazônia e dos ataques a Povos Indígenas e aos Direitos Humanos. Em agosto de 2019, no auge da crise das queimadas na Amazônia, Harris afirmou em seu Twitter que “Bolsonaro deve responder por esta devastação”. No mês seguinte, ela subscreveu uma carta à Casa Branca exigindo a suspensão de negociações comerciais com o Brasil por conta da destruição ambiental na Amazônia.

Em tempo: Nos últimos dias, Trump elevou a pressão sobre o governo brasileiro na discussão sobre a tarifa de importação de etanol produzido nos EUA. Em coletiva na 2ª feira (10/8), Trump ameaçou retaliar o Brasil caso o etanol norte-americano voltasse a ser taxado – desde o ano passado, o combustível está sendo beneficiado por uma isenção no pagamento de taxas de importação numa cota de até 750 milhões de litros. No entanto, de acordo com O Globo, o governo Bolsonaro não deve renovar o benefício, que vence no final do mês. O motivo é a posição intransigente dos produtores brasileiros de etanol contrários à medida, que dizem que a isenção beneficia os EUA sem que eles ofereçam qualquer contrapartida.

No começo de agosto, essa discussão ganhou ares polêmicos por conta da atuação do embaixador norte-americano no Brasil, Todd Chapman, que pressionou o governo federal para manter a isenção como um “favor” que beneficiaria Trump na disputa eleitoral de novembro.

 

ClimaInfo, 13 de agosto de 2020.

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